Associação quer expandir integração para energia
Em nova fase, Rede ILPF busca alternativas para crédito e ampliação de assistência técnica especializada
Há quase seis anos promovendo a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), a Rede ILPF planeja acrescentar mais um componente aos sistemas integrados: a energia. Segundo Renato Rodrigues, presidente do Conselho Gestor da agora associação, já existem pesquisas com a produção de biomassa e há planejamento para estudos também com energia solar. "O produtor vai passar a produzir energia dentro da propriedade".
A entidade lançou nesta quarta-feira, 4, em Brasília, sua nova fase como Associação Rede ILPF, possibilitando a abertura para mais parceiros e buscando expandir a área de ILPF no país, estimada em cerca de 12 milhões em 2016. "Já mostramos que a complexidade não vai quebrar o agricultor, mas dar resiliência. Agora vamos trabalhar na difusão, na agregação de serviços ambientais, na captação de recursos de agências internacionais para financiar equipamentos, gado, e acelerar o programa", conta Paulo Hermann, presidente da John Deere Brasil, uma das participantes da associação. Embrapa, Cocamar, Syngenta, Soesp, Bradesco e SOS Mata Atlântica também fazem parte da Rede ILPF atualmente.
Em relação ao crédito, a entidade pretende lançar um fundo de investimento com aporte de organismos internacionais que disponibilize crédito em condições acessíveis para os produtores que optem por sistemas integrados. Os rendimentos também ajudarão a financiar a associação. O Bradesco, novo parceiro, também garante que os agentes do banco estão prontos para lidar com as demandas por crédito voltado a sistemas integrados.
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, ainda destaca como meta o fortalecimento das pesquisas de integração e de agricultura de baixo carbono como objetivo da Rede. "Também precisamos mostrar o que o Brasil vem fazendo. O agronegócio nacional segue sendo criticado, mas avançamos muito em uma produção com baixa emissão de carbono. Então precisamos de uma estratégia de comunicação que nos ajude a mostrar isso pro mundo".
Assistência técnica - Um dos focos da Rede será a ampliação de assistência técnica especializada, uma das dificuldades na implantação dos sistemas atualmente. "Precisamos rever grades curriculares dos cursos de ciências agrárias para formar gente com visão de integração, intensificação e sustentabilidade", diz Hermann. Segundo ele, porém, não é necessário ficar preso à assistência presencial. "Temos que olhar para a extensão rural de uma maneira mais moderna. Essa extensão do carro visitando fazenda por fazenda é coisa do passado. Precisamos usar os recursos da comunicação moderna para levar o conhecimento e diminuir as distâncias, sem que tenha que ser físico". Para o presidente da Embrapa, também é importante uma conexão entre assistência técnica pública e privada para que os sistemas avancem.