Como criar Pirara
A robustez e a beleza são duas características que possibilitam à pirarara ser uma criação com ótimo potencial de vendas e fonte de renda
Piscicultura é uma importante atividade econômica no Brasil, onde as condições climáticas e geográficas são favoráveis para o desenvolvimento de diferentes peixes, como a bela pirarara (Phractocephalus hemioliopterus). Avermelhada na cauda e nas bordas das nadadeiras, motivo da escolha de seu nome em referência à ave arara-vermelha, a espécie exuberante também tem força o bastante para não ceder a qualquer fisgada.
A robustez e a beleza são duas características que possibilitam à pirarara ser uma criação com ótimo potencial de vendas e fonte de renda para muitos piscicultores. Pouco apreciada na culinária, já que tem carne com sabor forte e muita gordura entremeada, o maior apelo comercial do peixe de couro está em seus dotes físicos.
O efeito colorido da pele, provocado pelo movimento aquático, resulta em um visual atraente para a pirarara preencher lagos de fazendas e hotéis campestres. A espécie também tem boa aceitação para participar de aquarismo jumbo, atividade na qual peixes grandes compõem aquários amplos instalados em locais como parques, museus e exposições.
Com peso que pode chegar a 60 quilos, distribuídos em 1,5 metro de comprimento, a pirarara ainda é procurada por estabelecimentos de pesque-pague. Forte e vigoroso, o peixe não cede com facilidade se for uma presa em pescaria. Por isso, é considerado um troféu por pescadores esportivos que têm a façanha e a disposição de capturá-lo usando vara e anzol.
Na criação em cativeiro, no entanto, apresenta-se dócil a ponto de se acostumar a comer na mão do produtor. No manejo para realizar a despesca ou a reprodução induzida – embora essa prática seja sempre indicada para profissionais experientes –, a pirarara também é fácil de lidar. Além disso, oferece boa rentabilidade para quem investe em seu crescimento e engorda.
No comércio do peixe para pesqueiros, que, em geral, compram exemplares com 5 quilos – peso que leva 18 meses para ser atingido –, o piscicultor consegue receber R$ 100 pelo quilo. No segmento de ornamentação, a venda é ainda mais lucrativa e mais rápida, pois o mesmo valor é recebido pela comercialização de pirararas com 20 a 30 centímetros. Comum no fornecimento de unidades para embelezar aquarismo e espelhos d’água, a faixa de medida é alcançada com cinco a seis meses de manejo.
Nativa da Região Norte, especialmente das bacias hidrográficas do Araguaia, Tocantins e Amazonas, a pirarara é um peixe de água doce de grande porte, hábitos noturnos e onívoro. Como come tudo que encontra no fundo dos rios quando vive na natureza, em cativeiro não se deve compartilhar espaço com peixes menores, que podem se tornar alimento para a pirarara.
Fonte: Revista GloboRural